quinta-feira, 22 de abril de 2010

Repórter Esso entrevista... MAQUINÁRIOS



“Qual é a finalidade do artista? O artista é que aquele que dá forma ao caos, que agarra na mão calejada do fraco e lhe mostra flores e portas. Ele surge na imensidão do cosmos como um ponto de luz fulminante, a nortear caminhantes dessa movimentada rua chamada vida.
A Maquinários surgiu de um ponto de encontro de idéias, de sonhos e desejos de cinco visionários que se proporam a ajudar a construir a arte do século XXI, assimilando e aprimorando conceitos ligados à música, literatura, filosofia e poesia. Baseados, também, na idéia de Willian Blake, poeta dos Doors, de que as portas da percepção devem estar abertas para que tudo se apresente como é: "infinito". Somos maquinários que movimentam a roda colossal da arte”



Essa é a Maquinários, segundo apresentação própria banda.



Esso - O que ocasionou o surgimento da banda, digo em que se situação vocês se juntaram?



Maquinários - Bom, na verdade a "banda", por assim dizer foi formada no início de 2008. O Ivan (voz) e Matheus (guitarra) se conheceram na faculdade. Através de conversas o Matheus ficou sabendo que o Ivan já havia composto algumas letras e então foi marcada uma reunião. Foi nessa mesma ocasião que o Watson (guitarra), irmão mais novo de Ivan foi apresentado. Naquela época já se havia planos de montar uma banda, mesmo que sem recurso algum e nem integrantes suficientes pra ocuparem os outros postos. Como o Matheus havia chegado há pouco tempo em Palmas, morando com três amigos, aproveitou para apresentar aos dois o novo integrante: Anderson, que participou de outros grupos anteriores como baixista, ficou encarregado de tocar contrabaixo no projeto. Durante aproximadamente um ano, sem boas condições para aquisição de equipamentos, Watson e Matheus revezavam um amplificador e duas guitarras. Geralmente os ensaios eram feitos com uma ligada e a outra não. O Baixo era feito no violão emprestado da república vizinha dos meninos, e Ivan cantava com um microfone de karaokê também emprestado dessa mesma república. O microfone continua nos ensaios ainda hoje. A percussão se dava através de uma meia-lua, um tom de bateria e duas colheres de pau, postas sobre a mesa, porém ainda sem ninguém para ocupá-la. No início do ano de 2009 foram feitas as primeiras experiências com bateristas. Depois de duas baixas a banda resolveu recrutar o colega de república de Anderson e Matheus, que assistiu o "início" do grupo bem de perto e sempre freqüentava os ensaios para observar. Foi assim que o Alysson, último membro a entrar na banda chegou. Perto da estréia da banda num festival no Pará, assumiu as baquetas e deu a chance do grupo iniciar de verdade. Com ele também veio o nome Maquinários, após uma série de discussões sobre conceitos ligados à arte, filosofia, literatura e música. A partir de então a Maquinários vêm engatinhando, desde novembro de 2009 com o cartel fechado.



Esso - Apesar das várias influências musicais que vocês relatam ter, qual é a que mais forte pra vocês?



Maquinários - Bem, o pessoal se baseia muito no lançe de um "novo movimento", idéias novas, literatura, filosofia e arte. Busca a sonoridade em bandas da década passada, como: Led Zeppelin, The Jimi Hendrix Experience, Lynyrd Skynyrd, Free, Deep Purple, as brasileiras Tutti-Frutti, Made in Brazil, A bolha, Barão e outras. Ultimamente temos buscado muitas idéias em vários segmentos como Blues, Jazz, Soul, Black Music e Country Rock. Assim a gente procura criar um novo conceito, digamos que "contemporâneo", tendo como base as décadas passadas. Pode-se dizer que a influência mais forte da banda é pegar características peculiares de grupos e movimentos de juventude dessas décadas e construir sobre elas a nossa sonoridade e o nosso discurso, tendo em vista o contexto social que a gente vive hoje.



Esso - Além de música, o que vocês fazem? Falem um poucos dos integrantes fora do contexto “banda”.



Maquinários - O Aysson e o Anderson são acadêmicos de Engenharia Ambiental, na UFT. Já haviam tocado em outras bandas, apesar de que o Alysson assumiu a bateria pela primeira vez assim que entrou na Maquinários. É natural de João Pessoa, porém viveu grande parte da vida em Minas e no Pará. Foi então que conheceu o Anderson, que é natural de lá. Fizeram amizade e se mudaram juntos pra Palmas para cursar faculdade em 2006. Além da banda e faculdade, são atletas no Basquete e futebol americano e participam de torneios em tempos de folga. O Matheus veio um tempo depois, por conhecer os dois durante a época em que moraram na mesma cidade. É natural de Santa Catarina e mudou-se para Palmas em 2008, juntando-se aos dois amigos. Queria ser jogador de futebol quando criança, mas não deu muito certo. Assim que iniciou a faculdade de Publicidade e propaganda, conheceu o Ivan, que está em Palmas desde 2000, vindo de Brasília. Se interessou desde cedo pela arte, além de ocupar o posto de frontman, dedica-se à poemas e escritos. Durante algumas conversar em sala, Ivan citou o irmão Watson, que na época ainda freqüentava o ensino médio. Após a conclusão, dedicou-se também ao curso de Biologia, mas sempre foi muito ligado à música.





Esso - Vocês já participaram do festival, e agora ta com uma cara nova, o local mudou, a estrutura vai ser melhor, no geral o evento está crescendo. Qual a expectativa da banda quanto à próxima edição do “A Próxima é minha”?



Maquinários - Sempre depositamos muita fé no movimento, desde a nossa primeira apresentação nesse festival, procuramos ficar antenados sobre as novidades e datas das próximas edições. Uma idéia muito interessante, por se tratar de uma manifestação puramente independente e gerada da vontade de se fazer cultura. As expectativas para a 5º Edição são as melhores possíveis. Sempre que participamos conhecemos gente nova, com idéias novas e boas o que nos proporciona crescimento e interação com o pessoal que também vê nisso uma oportunidade de fazer aparecer a arte do estado. O: "A próxima é minha" vem maior dessa vez e com tudo pra ser a melhor edição! Vamos com tudo!

Por: Álvaro Tavares Maia

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